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domingo, 29 de setembro de 2013

Fic Little Things - Capítulo 3

                                      Capítulo 3 - One In A Million





Fanfic / Fanfiction de One Direction - Little Things - Capítulo 3 - One In A Million

Rebecca Simpson
Faltava apenas um dia para o tal show e Annie não parava quieta um segundo sequer. Ela parecia uma louca. Nem minha mãe aguentava mais ela tagarelando sobre aquela banda e passava o dia todo trancada no quarto, só para não ter que aguentar Annie falando o tempo todo.
Naquela manhã de sexta-feira, na escola, Bonnie estava tão animada quanto Annie e não parava de falar nem mesmo para respirar. Parecia que era ela que iria ao show e não eu.
– Ah, parece um sonho – ela dizia animada – Você vai tirar uma foto com eles, vai pedir um autógrafo para mim... Só de pensar nisso me dá vontade de vomitar!
– Por favor, se for vomitar a lixeira é logo ali – brinquei.
– Becca – ela me olhou de forma dramática – Milhares de meninas se matariam para estar no seu lugar. Não desperdice essa chance!
– Farei o melhor que puder, madame – eu disse e rimos juntas.
– Queria tanto ir nesse show, você não tem ideia – lamentou-se Bonnie.
Para nosso azar, naquele momento Melody estava passando ao nosso lado no corredor e ouviu uma parte da conversa. Ela nos olhava com desprezo quando veio até nós.
– Do que as otárias estão falando? – perguntou ela com as mãos na cintura.
– A Becca vai... – Bonnie começou a falar, mas rapidamente tapei sua boca com a mão e ficou gemendo, tentando se libertar.
– Ela o que? – perguntou Melody com uma sobrancelha arqueada.
– Nada – respondi, balançando a cabeça e sorrindo descaradamente – Nada demais.
– Espero que não esteja mentindo para mim, Simpson – ela disse estreitando os olhos – Não vai querer ficar presa no armário de novo, vai?
– Não, Melody – sussurrei, sentindo meu rosto esquentar com a lembrança daquele horrível dia.
Ela saiu rindo junto com suas discípulas oxigenadas e apenas quando ela sumiu de vista que pude libertar a boca de Bonnie.
– Por que não me deixou contar para ela? – perguntou minha amiga – Você poderia esfregar isso na cara de todos esses idiotas que vivem implicando com você.
– E é por isso mesmo que eu não quero – respondi dando de ombros – Eles começariam a falar comigo, mas não por gostar de mim de verdade e sim por interesse.
– Bem... – ela pareceu pensar um pouco no assunto – É, você está certa. Isso tem que ficar só entre nós.
Naquela noite, minha irmã estava me dando nos nervos. Ela ficava gritando todas as musicas da tal banda e quicava pela casa o tempo todo gritando: “Eu vou conhecer a One Direction, eu vou conhecer a One Direction”. Eu estava quase dando um soco na cara dela.
Fui dormir cedo aquela noite. O dia seguinte seria logo e cansativo e eu precisava estar pronta.

Acordei com os gritos de Annie vindos de seu quarto. Sério, aquela menina estava me irritando muito. Ainda sonolenta, olhei para o relógio e vi que eram... Seis da manhã?! Ela só podia estar de brincadeira comigo!
Levantei num pulo da cama e fui marchando em direção ao quarto dela, quase espumando pela boca em raiva. Quando me viu, Annie deu um sorriso radiante como se eu fosse a melhor coisa que aparecera em sua frente.
 – Beccaaaaaa! – ela cantarolou meu nome – Que bom que você acordou, vamos sair daqui à meia hora, tudo bem?
– O quê?! – perguntei com os olhos arregalados – Annie, você tem ideia de que horas são?
– Sim, são seis da manhã – respondeu ela, indiferente, como se fosse a coisa mais normal do mundo – Agora vá se arrumar que nós já estamos atrasadas.
– Por que quer ir tão cedo? – insisti em sabe o porquê de tudo aquilo.
– Porque eu quero entrar logo na fila do Meet & Greet, querida – ela respondeu como se eu fosse a louca da história – Tem ideia de quantas pessoas vão nesse evento?
– Não faço ideia – respondi.
– Exatamente, agora vá se arrumar.
Suspirei pesadamente. Não ia conseguir voltar a dormir e Annie não me deixaria em paz até que eu fizesse o que ela pediu, então achei melhor ir me arrumar de uma vez.
– Onde está a camiseta que você disse para eu usar? – perguntei cruzando os braços.
– Em cima da cama – respondeu ela.
Fui até sua cama e peguei a ridícula camiseta personalizada da banda que estava dentro de uma sacola. Gemi internamente. Sabia que se tentasse discutir com Annie para não usar aquela coisa ridícula não iria adiantar de nada, então tive que seguir para o banheiro sem pestanejar.
Quando sai do banho e dei uma olhada no espelho, soltei um gemido mais audível. Eu estava simplesmente horrível! Aquela blusa não ficava bem com nada! Eu havia tentado dar uma melhorada no visual vestindo uma calça jeans preta e um All Star branco, mas aquilo só serviu para me deixar mais estranha e desengonçada do que já era. Eu estava me sentindo um lixo e, como não havia mais nada para fazer que melhorasse meu estado, apenas deixei meus cabelos castanhos soltos e não passei maquiagem alguma. Também não era do tipo que curtia essas coisas.
Assim que sai do quarto, dei de cara com minha mãe no corredor e, quando ela me viu, seus olhos se arregalaram e seu queixo foi ao chão.
– Filha! – exclamou ela, sorrindo – Você está linda!
Senti meu rosto esquentar, não sendo acostumada com tal elogio.
– Obrigada, mãe – respondi com um sorriso envergonhado.
– Desse jeito a Uan Dréxon vai se apaixonar por você! – brincou ela.
– Mãe! – eu ri envergonhada – Não viaja, por favor.
Ela riu e segui para o quarto de Annie. Mal se passara meio segundo e ouvi um grito horrorizado vindo do mesmo cômodo. Corri o mais rápido que pude para ver o que estava acontecendo e vi o motivo do escândalo. Annie estava parecendo uma palhaça de tanta maquiagem que havia passado no rosto, ficando de dar medo em qualquer um.
– O que significa isso? – perguntei.
– Eu não queria conhecer os meninos parecendo um bicho – murmurou ela, olhando para os próprios pés – Pensei que se passasse maquiagem melhoraria um pouco minha aparência.
– Vá lavar esse rosto agora, Annie! – minha mãe ordenou parecendo irritada. Sua voz foi tão autoritária que Annie não discutiu e saiu correndo para o banheiro.
Quando saiu, seu rosto voltara ao normal e ela me encarou de olhos arregalados.
– Por que a Becca pode ir bonita e eu não? – perguntou ela, fazendo bico – Isso não é justo!
– Porque a Becca não usa maquiagem e sim sua beleza natural. Você devia ser como ela – respondeu minha mãe – Agora temos que ir, senão vou perder meu voo.
O combinado era minha mãe nos levar aonde seria o tal Meet & Greet e o show. Depois ela iria para o aeroporto e pegaria seu avião para a Irlanda, voltando apenas dali a três dias. Depois do show, eu e Annie teríamos que voltar para casa de táxi.
Durante todo o trajeto até a arena onde aconteceria o evento, Annie não calava a boca e de vez em quando tinha crises de choro repentinas, mas logo estava rindo novamente. Nunca pensei que ela fosse uma pessoa normal e agora minhas teorias estavam apenas sendo comprovadas.
Depois de meia hora de viagem, chegamos à tal arena e o lugar estava absurdamente lotado. Havia uma fila imensa no estacionamento de frente para o palco que haviam montado para o Meet & Greet, onde havia uma grande mesa no centro. Acho que nunca havia visto tantas garotas histéricas em um lugar só. Era assustador.
Saímos do carro e minha mãe nos desejou boa sorte – íamos precisar de muita. Logo entramos na enorme fila, onde as meninas aparentavam estar ansiosas e ficavam gritando de cinco em cinco minutos. Aquela seria uma longa e estressante espera.
Annie não calou a boca um segundo sequer enquanto esperávamos e passou a maior parte do tempo conversando com uma menina ruiva que estava na nossa frente. Elas conversavam coisas inúteis como: “Como deve ser pegar no cabelo do Harry?” ou “Os olhos do Louis devem ser lindos de perto!” ou “O Niall é uma gracinha!” e entre outras coisas do tipo. Eu estava quase morrendo de tédio naquele lugar.
Quando deu mais ou menos duas da tarde, um carro passou voando pela rua e entrou no estacionamento, fazendo os gritos histéricos das meninas triplicarem – eu soube naquele momento que sairia surda daquele lugar. O carro parou ao lado do palco e logo os seguranças entraram em ação, contendo a multidão de fãs enlouquecidas e abrindo espaço para que os integrantes da banda pudessem passar. Não consegui ver muito bem quem saía do carro, havia muitas pessoas na minha frente e elas ficavam pulando e gritando, bloqueando completamente minha visão. Minha irmã já estava aos prantos ao meu lado e gritava até não poder mais, fazendo-me imaginar como ela estaria quando estivesse de frente para eles.
Com um tempo, a fila logo se reorganizou novamente e as malucas ficaram um pouco mais calmas, para minha alegria. A fila começou a andar lentamente e, de repente, me senti nervosa. O que eu diria para eles? O que faria quando subisse no palco? O que eles falariam para mim? Pensar naquilo me deixou muito, mais muito nervosa. Apesar de não ser fã deles ou coisa do tipo, eu não queria pagar mico na frente de cinco cantores internacionais, aquilo seria mais humilhação do que eu era obrigada a passar, então comecei a pensar no que falaria assim que chegasse minha vez.
Quando passou-se umas 2 horas – eu não aguentava mais ficar em pé naquele lugar –, só haviam cinco pessoas na nossa frente. Annie estava prestes a morrer.
– Meu Deus, meu Deus, meu Deus... – ela murmurava para si mesma – Fique calma, Annie. Ou eles pensarão que você é maluca.
– E não é? – perguntei rindo.
– Cale a boca – ela grunhiu.
 Quando havia apenas a menina de cabelos ruivos na nossa frente, pude enxergá-los de perto e uma coisa eu tive certeza. Eles eram mais lindos que naquele DVD que fui obrigada a assistir e pareciam aqueles adolescentes que só existiam em revistas e livros. Senti meu coração acelerar e mal sabia o motivo.
Por fim, a menina que estava na nossa frente subiu correndo o palco e abraçou cada um deles, chorando e repetindo “I love you, I love you” a cada segundo. Ela permaneceu por lá por uns dois minutos, pegando seus autógrafos e conversando com os meninos, mas pareceu resistir quando seu tempo acabou, fazendo o segurança arrastá-la para fora do palco. Aquilo me deixou com medo.
– Podem ir – disse a mulher que guardava a entrada do palco.
Annie subiu o palco, já correndo e chorando e apenas respirei fundo, subindo no palco com passos firmes. Seja o que Deus quisesse.

Harry Styles
 Eu já estava cansado de ficar sentado, mas me divertindo muito com aquilo. Eu adorava fazer Meet & Greet, era uma sensação boa fazer as fãs felizes, além de ser muito engraçado ver a cara de desespero delas ao nos ver. Era algo único cujo não iria enjoar por um bom tempo, eu esperava.
– Quanto tempo falta para acabar? – perguntei a Paul que estava do meu lado. Ele consultou seu relógio e suspirou.
– Mais meia hora – respondeu ele – Depois fechamos aqui e vocês se preparam para o show.
Imediatamente me animei mais, se é que era possível. Fazer os shows era algo que eu amava. A sensação de estar em cima de um palco, cantando para milhares de pessoas, era uma sensação única e, não soando muito gay, aliviava minha alma, então acabei ficando ainda mais ansioso para que aquilo acabasse logo.
Foi quando vi uma menininha de mais ou menos 12 anos entrando pelo palco, correndo e chorando, que sai de minha filosofia interna. E logo atrás dela estava uma linda garota de cabelos longos e castanhos, fazendo-me senti estranho. A menininha rapidamente pediu um autógrafo para nós e disse que seu nome era Annie. Na verdade não consegui prestar muita atenção no que ela falava, eu estava intrigado com a garota que esperava logo atrás dela.
Depois que todos autografaram o CD que Annie havia trago, ela agradeceu parecendo um pouco mais recuperada de surtos de fã e a garota que estava atrás dela finalmente se aproximou, dizendo com sua voz estranhamente rouca:
– Annie, me espere lá embaixo, tudo bem? Não vá a lugar nenhum sem mim. – e então se virou para mim com um meio sorriso. Percebi que seus olhos eram azuis. – Oi, meu nome é Rebecca.
– E-eu sou Harry Styles – respondi com voz meio abobada e Niall, que estava do meu lado, soltou uma risada alta. Pisei em seu pé por baixo da mesa e o mesmo segurou um grito.
– Eu sei – Rebecca deu um sorriso tímido e duas covinhas apareceram em suas bochechas – Pode autografar esse CD? Minha amiga é uma grande fã, seu nome é Bonnie.
– Claro – respondi e rapidamente assinei o CD, passando logo em seguida para Niall – E para você? Não quer autografo, nem nada?
– N-não precisa – suas bochechas ficaram coradas, o que acabou deixando-a ainda mais linda.
Depois que todos assinaram o CD, Niall me devolveu e entreguei-o de volta para Rebecca. No momento em que ela entendeu o braço, vi uma coisa que não desejava ter visto e senti meu estômago embrulhar-se automaticamente. Rebecca tinha cicatrizes no pulso. Cicatrizes profundas e feitas por navalhas. Aquilo não estava certo, ela era uma menina tão bonita e, apesar de ser tímida, parecia ser muito legal. Eu não podia aceitar que ela fizesse aquilo consigo mesma.
Ficamos segurando o CD por um bom tempo e Rebecca percebeu que eu olhava para o seu pulso, fazendo-a arregalar os olhos. Sua mão rapidamente puxou o CD da minha e ela saiu apressada do palco, deixando-me completamente atônito. Ela tinha cara de quem iria chorar a qualquer momento.
– O que foi isso? – Niall perguntou.
– Nada – respondi e em um gesto rápido chamei Paul, que veio apressado para meu lado – Vá atrás daquela menina e peça o numero do celular dela.
– À suas ordens – Paul deu um sorrisinho malandro e saiu do palco.
Passei o resto do Meet & Greet pensando naquela garota. As fãs falavam comigo, mas eu simplesmente não conseguia prestar atenção no que elas diziam. Uma delas até reclamou dizendo que não havia pagado 250 libras para ficar falando sozinha, uma fã exigente essa.
 Eu não conseguia entender o porquê Rebecca praticava cutting. Na verdade, não conseguia entender porque as pessoas faziam isso com elas mesmas. Se automutilar não era algo saudável, aquilo era uma doença e quem praticava deveria ter algum problema.
Não sabia ao certo o que dera em mim, mas senti uma vontade repentina em ajudar Rebecca a superar seus problemas, qualquer um que fosse. 

“They say that good things take time
(Dizem que as coisas boas levam tempo)
But really great things happen in a blink of an eye
(Mas coisas realmente maravilhosas acontecem em um piscar de olhos)
Thought the chances to meet somebody like you
(Achei que as chances de conhecer alguém como você)
Were a million to one
(Eram uma em um milhão)
I cannot believe it, whoa
(Eu não acredito)
You're one in a million
(Você é um em um milhão)
One In A Million – Miley Cyrus


PARO OU CONTINUO??? COMENTEM ^^)

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